Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando a possibilidade de realizar ataques terrestres na Venezuela, visando cartéis de drogas que operam no país. Essa declaração ocorre no mesmo dia em que o New York Times revelou que a Casa Branca autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela. Trump afirmou que os EUA já têm o controle do mar e estão pensando em ações em terra. Recentemente, forças americanas bombardearam embarcações no Caribe que, segundo o governo dos EUA, transportavam drogas para o país, resultando na morte de pelo menos 27 pessoas. Além disso, a Força Aérea dos EUA enviou três bombardeiros B-52 para sobrevoos próximos a Caracas, considerados provocativos.

Em relação às operações secretas, Trump assinou uma autorização confidencial que permite à CIA realizar ações letais e encobertas na Venezuela e no Caribe, com o objetivo de enfraquecer e, eventualmente, destituir o presidente Nicolás Maduro. O Departamento de Justiça dos EUA afirma que militares venezuelanos cobram pela passagem de drogas pelo território desde o governo de Hugo Chávez. Além disso, o governo Trump oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Maduro, acusado de “narcoterrorismo” em uma corte de Nova York desde 2020. As negociações diplomáticas com Caracas foram encerradas após Maduro se recusar a deixar o poder voluntariamente.

Analistas consideram que a intensificação da presença militar dos EUA no Caribe é a maior desde a intervenção no Haiti, em 1994. O reforço inclui navios de guerra, submarinos nucleares, caças F-35 e fuzileiros navais, o que tem gerado preocupações em países vizinhos, como o Brasil, que reforçou posições militares em Roraima diante da possibilidade de aumento no fluxo de refugiados venezuelanos.

O governo dos EUA justifica suas ações com o discurso de combater o narcotráfico, equiparando cartéis de drogas a organizações terroristas, o que lhe permite empregar forças militares sem necessidade de autorização específica do Congresso. No entanto, observadores alertam que essa estratégia pode abrir caminho para uma intervenção direta contra o regime de Maduro.

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